Zezé di Camargo & Luciano
Contar tão somente que esses meninos, de origem tão humilde, alcançaram fama e prestígio além das fronteiras nacionais é reduzir a trajetória de Zezé Di Camargo e Luciano a uma mera síndrome de Cinderela. A bem dizer, não é de um salto que se faz uma história de Pirenópolis a Tóquio, onde a dupla arrebatou multidõese, em 2004 e 2005. Feito o primeiro milhão de cópias vendidas, veio mais outro e mais outro e mais outro, somando hoje a marca de 36 milhões para 21 álbuns (sendo 18 de carreira, dois em espanhol e um álbum duplo ao vivo), em 19 anos. Não se incluem aí projetos especiais para empresas e vendas relativas a participações em CDs como trilha sonora de novela, CDs do projeto “Amigos” e outras participações. A dupla também figura como um dos três únicos artistas brasileiros a superar a marca de 200 mil DVD’S vendidos para cada um dos títulos lançados _ e foram apenas três. No palco, esta história se traduz em 130 shows por ano e 40 mil pessoas, em média, por apresentação. É platéia que não acaba mais.
E, se é para citar estatísticas, convenhamos, não há por que economizar. Zezé e Luciano ostentam na estante dois Grammys latinos, um como Melhor Álbum de Música Sertaneja (2004) e outro na categoria de Melhor Álbum de Música Romântica (2005). Ainda em 2004 levaram prêmio como Melhor Dupla da ABL (sim, a Academia Brasileira de Letras!). Também se orgulham pela conquista de dois troféus na categoria de Melhor Dupla de Canção Popular, do Prêmio Tim de Música (2006 e 2007). Em 2009 e 2010, mais dois troféus com a mesma categoria no prêmio que mudou de nome, agora atende por Prêmio da Música Brasileira. E, longe de parecer demagogia, Zezé não se cansa de exaltar que “o maior prêmio não são as estatuetas acumuladas, e sim o carinho e a retribuição do público”.
Não lhe faltam motivos para tanto. Em pesquisa encomendada pelo Instituto da Cidadania e pela Fundação Perseu Abramo em 2004 para traçar o perfil da juventude brasileira, Zezé e Luciano foram apontados como os “artistas preferidos” dos entrevistados entre 15 e 24 anos. Não deixa de ser curioso pensar que, àquela altura, com 13 anos de carreira, toda uma geração cresceu ao som de “É o Amor”. Esse reflexo indica que além de manter um grande público desde o início de carreira, a dupla vem seduzindo novos fãs a cada ano.